Evento traz lições valiosas dos projetos vencedores do Prêmio Master Imobiliário 2024
A primeira edição da MasterClass é um marco histórico e tem como propósito evidenciar ainda mais os cases de sucesso do setor
Na manhã da última quinta-feira (10), a FIABCI-BRASIL e o Secovi-SP promoveram o primeiro encontro MasterClass: Insights Exclusivos sobre os Projetos Vencedores. O evento exclusivo reuniu associados, parceiros e líderes do setor imobiliário para discutir alguns dos principais cases premiados no Prêmio Master Imobiliário 2024.
Realizado em formato híbrido, tanto no presencial como no online, o evento ocorreu na sede das entidades em São Paulo, e contou com o apoio institucional da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP), Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Instituto de Engenharia e Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), proporcionando uma experiência rica e aprofundada sobre os projetos Arena MRV, Teatro Cultura Artística e Ícone Planeta.
Guilherme De Lucca, vice-presidente da FIABCI-BRASIL, fez a abertura do evento. Ele ressaltou a importância desse novo formato de interação, afirmando a necessidade de proporcionar um espaço para que os vencedores do Prêmio Master possam explorar mais a fundo suas conquistas e compartilhar as melhores práticas com o público.
O evento prosseguiu com uma dinâmica de roda de conversa, dividida em três blocos. Cada empresa apresentou seu projeto e respondeu às perguntas do público, enquanto membros do júri fomentaram a troca de ideias.
O primeiro case apresentado foi o da Arena MRV, um dos projetos vencedores na categoria Empreendimento. Luiz Bruzza, superintendente de contratos da Racional Engenharia, trouxe detalhes da obra monumental que se tornou a nova casa do Atlético-MG em Belo Horizonte.
A arena, com capacidade para 46 mil pessoas, três aneis de arquibancadas, 112 camarotes e 42 bares, foi um desafio desde o início, segundo ele. Um dos maiores obstáculos foi o prazo apertado, agravado pela pandemia e pela hiperinflação no setor da construção civil, além de períodos de chuva. Outras questões técnicas, como a construção em um terreno com um vale profundo e a passagem de um córrego que necessitava de canalização, também foram obstáculos enfrentados.
A cobertura do estádio foi projetada de forma complexa para minimizar o impacto acústico nas áreas residenciais próximas. O gramado, de padrão internacional, foi cuidadosamente implantado para atender às exigências das competições esportivas.
A iluminação inovadora, com mais de 5.500 clusters de LED, e a cobertura de 3g, 4g e Wi-Fi de alta densidade foram pensadas para transformar a experiência do público em dias de jogo, além de tornar o espaço um dos estádios mais tecnológicos do Brasil.
O executivo contou ainda que todo o local foi projetado para ser acessível, com rampas, elevadores, acessos para as arquibancadas e assentos em localizações privilegiadas para pessoas com deficiência.
O segundo case apresentado ao público foi a reinauguração do Teatro Cultura Artística, em São Paulo, apresentado por Witis Saraiva, gerente de engenharia da HTB. Após um incêndio devastador, o desafio foi revitalizar esse símbolo cultural de São Paulo, preservando sua essência arquitetônica.
A construção, localizada no centro histórico da cidade, próxima à Praça Roosevelt, envolveu dificuldades logísticas devido às ruas estreitas, conforme relatado pelo profissional. Mesmo assim, o trabalho desenvolvido foi realizado com excelência e precisão.
Ao todo, a obra conta com 7.607m², duas salas de espetáculos, espaços para exposições, restaurantes, café, lojas e salas de aula. Por ser uma obra antiga, Saraiva comentou sobre como era necessária a máxima atenção aos detalhes para não danificar ou que já estava muito frágil.
O restauro do painel “Alegoria das Artes", obra de Di Cavalcanti criada em 1950 e localizado na fachada do prédio, foi um dos destaques do projeto. A restauração dos pisos e outras partes da construção, que por serem antigas, sofreram dificuldades para serem perdidas, também foram pontos notáveis.
A acústica impecável da sala de concertos foi preservada na obra, com o uso de materiais de última geração para isolar ruídos externos. O profissional ressaltou que o projeto transcendeu a mera recuperação física, constituindo-se como uma revitalização cultural. Dessa forma, proporcionou à cidade um espaço que celebra tanto a história quanto a modernidade.
Por fim, Daniel Toledo, CEO da Königsberger Vannucchi Arquitetos Associados, apresentou o terceiro case: o Ícone Planeta, projeto em parceria com a Construtora Planeta, intitulado como o edifício mais alto do interior do Brasil.
Localizado em Sorocaba, São Paulo, com 141 metros de altura, 44 pavimentos, 1 skylight, 1 mezanino, 1 pavimento de lazer e 3 subsolos e 86 apartamentos, o empreendimento combina luxo, tecnologia e sustentabilidade. Toledo destacou os desafios enfrentados, como a necessidade de testes em túnel de vento para garantir a solidez estrutural, e a concretagem de grandes volumes, que impressionou a população local pela sua magnitude.
O edifício também se diferencia por sua arquitetura aberta, sem muros, que se conecta ao entorno urbano. Ao todo, o projeto foi concluído em 37 meses, elevando o padrão técnico da construtora e reforçando sua posição como referência.
A primeira MasterClass não apenas trouxe uma visão aprofundada desses projetos vencedores, mas também promoveu a troca de experiências e a expansão de conhecimentos, que é tão essencial para a evolução do setor imobiliário.