"Gentileza urbana: o futuro das cidades passa pela integração e uso inteligente dos espaços" - O Estado de S.Paulo - Cad. Negócios - Pág. B8
Gentileza urbana: o futuro das cidades passa pela integração e uso inteligente dos espaços
Projetos de uso misto e fachadas ativas apontam caminhos para uma nova relação entre edifícios, pessoas e o ambiente urbano
A discussão sobre o futuro das cidades não se limita mais à tecnologia ou à sustentabilidade ambiental — envolve, sobretudo, uma nova forma de pensar o relacionamento entre empreendimentos e vida urbana. Nesse contexto, o conceito de “Gentileza Urbana” tem ganhado força como princípio de design, planejamento e convivência, inspirando metrópoles mais abertas, acolhedoras e integradas.
Essa ideia, presente em grandes projetos internacionais como o Hudson Yards, em Nova York — concebido pelo arquiteto William Pedersen, do escritório Kohn Pedersen Fox (KPF) —, propõe uma arquitetura que dialoga com o entorno, ativa fachadas e cria espaços de convivência que estimulam o uso do espaço público. O objetivo é simples, mas transformador: eliminar muros, valorizar o pedestre e devolver vitalidade às ruas.
No Brasil, esse conceito vem ganhando espaço em empreendimentos que buscam aliar uso misto, sustentabilidade e urbanismo integrado. Um exemplo recente é o JK Square, da SDI Desenvolvimento Imobiliário, no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo — projeto que requalificou uma antiga área industrial e foi um dos vencedores do Prêmio Master Imobiliário 2025. Inspirado nas melhores práticas internacionais, o empreendimento combina torres corporativas e residenciais com lojas, áreas verdes e um jardim aberto de 800 m², tornando-se quase uma extensão do bairro.
Essa visão está alinhada às práticas de ESG (ambiental, social e governança) que hoje norteiam os investimentos globais. No caso do JK Square, o conceito se materializa em soluções como reuso de água, fiação subterrânea, materiais de alto desempenho ambiental e diálogo com a comunidade local — princípios que refletem um novo estágio de maturidade do setor imobiliário brasileiro.
A Gentileza Urbana, portanto, é uma resposta contemporânea a um dilema antigo: como crescer sem romper com a escala humana. Cidades mais densas e conectadas exigem soluções que conciliem eficiência e empatia. O desafio está em transformar cada projeto em uma oportunidade de criar espaços de encontro, vitalidade e pertencimento — construindo, assim, não apenas edifícios, mas cidades mais generosas, criativas e abertas às pessoas.
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