"Os shoppings e a dinâmica urbana: mais que consumo, espaços de conexões e lazer" - O Estado de S.Paulo - Cad. Metrópole- Pág.A14.
Os shoppings e a dinâmica urbana: mais que consumo, espaços de conexões e lazer
Centros comerciais recebem 476 milhões de pessoas mensalmente e geram mais de 1 milhão de empregos diretamente
Por Vander Giordano*
Os shoppings sempre foram vistos como lugares de consumo, mas, ao longo dos anos, tornaram-se verdadeiros protagonistas da vida urbana (pelo menos aqui no Brasil). Hoje, são pontos de encontro, lazer, cultura, arte, gastronomia e – acima de tudo – vetores de crescimento socioeconômico, funcionando como espaços multiuso que atendem às necessidades de cidades em constante transformação. Tudo isso alinhado ao conceito “resolva sua vida em um só lugar”, que contribui com a redução da mobilidade urbana.
É impossível falar do desenvolvimento do entorno desses empreendimentos imobiliários sem pensar em pertencimento. O shopping passou a ser “vizinhança”, sua instalação implica também em melhorias viárias, na revitalização e urbanização das regiões, além de impulsionar novos empregos, moradias nas áreas adjacentes, serviços e ações estruturantes para a cultura, a educação e até à saúde das comunidades. Somente no setor são gerados mais de 1 milhão de empregos diretamente. “Melhore seu entorno que estará dando uma grande contribuição para a melhoria do mundo.”
Ainda nesse contexto de conexão, enxergamos outro diferencial no cenário imobiliário brasileiro: a integração de bairros privativos à infraestrutura dos shoppings. Na Multiplan, somos pioneiros ao apostar nessa tendência, com a construção de um bairro, o Golden Lake, ao lado do nosso shopping em Porto Alegre. É um novo lifestyle, que alia conveniência, bem-estar e segurança. Projetos que reúnem shoppings e setor imobiliário (tanto residencial, quanto comercial, incluindo centros médicos) são um movimento que irá se fortalecer no Brasil nos próximos anos.
Vale destacar também que o fluxo de visitantes nos shoppings brasileiros não para de crescer. Segundo dados da Abrasce – Associação Brasileira de Shopping Centers –, os empreendimentos recebem 476 milhões de pessoas por mês. Essencialmente gregário, o ser humano se revela nesse ambiente cosmopolita, atraído por atrações criativas e interativas. Isso é reflexo da evolução do modelo dos nossos shoppings e da adesão à cultura expansiva e inclusiva, característica do brasileiro.
Ao longo dos anos, houve muitos investimentos na arquitetura dos shoppings, com instalações cada vez mais confortáveis, climatizadas, com amplitude de corredores, edificações mais sustentáveis e tecnológicas, conectadas à natureza e à comunidade, sem perder de vista aquilo que remete a memória afetiva das pessoas, o lazer do cotidiano e o convívio social. Além disso, diferente do que observamos lá fora, onde ainda há um olhar muito voltado ao consumo, aqui priorizamos a experiência e as necessidades do cliente. Isso quer dizer que os complexos trazem um mix completo de funcionalidades.
No setor do varejo, mais do nunca, é preciso se reinventar. Então, se antes os shoppings eram vistos apenas como templos de consumo, hoje viramos a página e eles representam muito mais: são espaços vivos que acompanham e impulsionam o ritmo acelerado das cidades. Com investimentos contínuos, inovação e um olhar atento às mudanças do comportamento do consumidor, esses empreendimentos reafirmam seu papel essencial no presente — e, sem dúvida, no futuro — das cidades brasileiras.
* Vander Giordano é vice-presidente Institucional da Multiplan
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