Newsletters

A construção civil na trilha da inovação e crescimento

Avanços do setor são essenciais para assegurar competitividade e sustentabilidade a longo prazo

 

 

Por Tatiana Gruenbaum*

A construção civil, que cumpre papel crucial na economia brasileira, representando cerca de 7% do PIB, deverá crescer 3% em 2024, impulsionada pela retomada de obras de infraestrutura e políticas públicas de habitação. Seu desempenho positivo ocorre em um cenário de rápida evolução tecnológica e demandas crescentes por sustentabilidade, no qual várias empresas da área têm incorporado a inovação como um pilar de suas culturas organizacionais, inclusive estabelecendo parcerias com startups, universidades e instituições de fomento.

Nesse contexto, o Projeto Construa Brasil, lançado em 2022 pelo Governo Federal, tem promovido a convergência dos Códigos de Obras e Edificações (COE), a melhoria no processo de concessão de alvarás e a disseminação do uso do Building Information Modeling (BIM), sistema que permite a criação e utilização de padrões digitais ao longo de todo o ciclo da vida de uma obra. Além disso, o programa busca incentivar a industrialização do setor, por meio da coordenação modular e modernização.

O que se observa no País é uma convergência de fatores que apontam para uma transformação profunda da construção civil, com crescente adoção de práticas de governança ambiental, social e corporativa (ESG) e a incorporação de ferramentas como a inteligência artificial e a fabricação modular. Notam-se, assim, mudanças rápidas e expressivas.

Tais avanços do setor são essenciais para assegurar sua competitividade e sustentabilidade a longo prazo. As empresas precisam liderar essa transformação, assumindo um papel de protagonismo, em linha com o que há de melhor no plano global, na implementação integrada de tecnologia, sustentabilidade, aderência à agenda do clima e responsabilidade social. Além disso, o Brasil pode beneficiar-se ao fortalecer as parcerias público-privadas e a colaboração entre governo, iniciativa privada e instituições de pesquisa, visando à conquista de patamares cada vez mais elevados de eficiência e produtividade.

A excelência dos serviços é um requisito fundamental. Investir no aprimoramento contínuo da força de trabalho, na digitalização das operações e na formação de parcerias estratégicas é vital para criar um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico. Isso não só estimulará o crescimento econômico, mas também permitirá que o setor da construção atenda às exigências de um mercado que valoriza cada vez mais a responsabilidade socioambiental e o bom uso da tecnologia como provedora de conforto, facilidades e vida de melhor qualidade.

Seguindo nessa trilha de inovação, capacitação de recursos humanos e boas práticas de ESG, o setor deverá manter um ciclo duradouro de progresso sustentável e incrementar sua competitividade. Ao consolidar esses movimentos, estará, literalmente, sendo decisivo para a construção de um Brasil melhor e mais próspero.

* Tatiana Gruenbaum é sócia-diretora líder do segmento de infraestrutura da KPMG no Brasil