Redes Sociais
  Home - Notícias - Newsletters

Newsletters

Quem faz o setor - O setor imobiliário no atual superciclo tecnológico


  O setor imobiliário no atual superciclo tecnológico
 
Como a revolução tecnológica deve influenciar o setor imobiliário e como posicionar as empresas para capturar os potenciais ganhos de eficiência
 
 
*Por Rodrigo Abrahão, sócio diretor da Maximus Incorporadora e coordenador do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação do Secovi-SP
 
De modo geral, o que seria o superciclo?

A definição de superciclo se refere a longos períodos de crescimento econômico, caracterizados por forte demanda por bens, levando ao aumento dos preços e a altos níveis de emprego. O superciclo econômico pode durar anos, até mesmo décadas, e é movido por mudanças substanciais e estruturais na economia.
De acordo com o Future Today Institute, renomado Instituto de Futurologia baseado em Nova York, a economia mundial adentrou um superciclo tecnológico. Liderando essa poderosa onda de inovação estão as gigantes de tecnologia e três de suas principais invenções: inteligência artificial, biotecnologia e ecossistema de dispositivos interconectados às pessoas e objetos, que monitoram e armazenam dados a todo instante, os chamados “connectables – Internet das coisas”.
 
Diante de um ambiente tão disruptivo e incerto, é natural agir de forma conservadora, especialmente, num setor tradicional como o setor imobiliário. Para não ficar parado, a recomendação é buscar sempre pequenos passos em direção à inovação e à busca pela eficiência.
 
Quais os possíveis impasses em busca dessas inovações?

A adoção de novas tecnologias no mercado imobiliário tem provado ser um grande desafio, em qualquer parte do mundo. Seja pelas décadas e décadas de métodos construtivos testados, pela abundância de materiais e mão-de-obra disponíveis, ou pela disparidade de perfis entre escritório e canteiro de obra, grandes mudanças acabam se tornando implantações muito difíceis e, na maioria das vezes, acabam sendo abandonadas durante o caminho.

Pensando nisso, quais os primeiros passos rumo ao uso de tecnologias no setor?

É mais fácil começar com pequenas implantações em partes específicas da cadeia, como planejamento e gerenciamento de obra, testes de novos materiais, equipamentos e soluções mais eficientes, ferramentas para vendas e controle financeiro ou para administração de locações em larga escala, no caso das operadoras.
Tamanho é o leque de soluções disponíveis para o mercado imobiliário, que outra dica importante é se aproximar e participar do ecossistema de inovação, através de hubs como o do Secovi, em São Paulo, ou da ACATE em Florianópolis, e tantos outros espalhados pela região.

Na sua opinião, existem outros tópicos que precisam ser trabalhados para que o mercado imobiliário possa crescer ainda mais?

Sim! Outro ponto fundamental para a profunda modernização do setor são os incentivos. Diferente do mercado americano, onde grande parte dos empreendimentos de habitação vem dos chamados “multifamily” para locação, o mercado brasileiro é praticamente 100% voltado para venda dos apartamentos.
No multifamily, quanto mais cedo o prédio for concluído, mais cedo a operadora consegue começar a receber os aluguéis. Já no caso da incorporação no Brasil, a grande maioria dos compradores não conseguiria adquirir seus imóveis, caso o ciclo de construção fosse mais curto, devido à falta de capacidade financeira ou fonte de financiamento. Portanto, não há incentivo para acelerar o ciclo de construção.
Isso sem falar na questão tributária para uma construção industrializada, algo que, sem dúvida, desencoraja qualquer empreendedor imobiliário brasileiro antes mesmo de começar a pensar em inovar. Veremos como a atual reforma tributária poderá endereçar essa questão.

 
 
 


Retornar
FIABCI-BRASIL - Rua Dr. Bacelar, 1.043 - Mezanino - Vila Mariana - CEP: 04026-002 - São Paulo / SP