Esta será a primeira vez que a federação será presidida por um representante de Andorra, depois de a candidatura de Ribó ter sido a mais votada, superando as duas outras: dos Estados Unidos e da Bélgica.
Você considera que o setor imobiliário está entre os afetados pela crise imposta pela pandemia de Covid-19?
Ao longo de sete décadas, o setor imobiliário passou por muitas provações e tribulações: agora, estamos todos preocupados com os impactos social e econômico da crise imposta pela Covid-19. No entanto, já passamos por outras crises e cenários difíceis desde 2 de junho de 1951. E, tenho certeza, de que navegaremos por mais este desafio, assim como fizemos antes. Todas as nossas economias e sociedades enfrentam um desafio comum nos dias de hoje: o desafio do desenvolvimento sustentável. O setor imobiliário é um dos alicerces da nossa sociedade e temos que assumir a nossa parte nos desafios do mundo e tentar fazer parte de uma solução.
De que forma sua gestão na FIABCI pretende colaborar para a redução dos impactos da crise atual?
Embora devamos nos orgulhar de nossa história e realizações, ainda há mais a ser feito. A FIABCI definirá sua visão e objetivos, que nortearão as metas futuras. Mas destaco que, nos últimos anos, o capítulo brasileiro tem incorporado perfeitamente o espírito da federação em seu Prêmio Master Imobiliário, onde a excelência é reconhecida e celebrada. Os projetos vencedores demonstram o auge das realizações em planejamento e o design e qualidade de construção, bem como os benefícios para o meio ambiente e para a comunidade.
O que desperta em você o desejo de contribuir para uma das mais importantes federações do mundo?
Em Andorra, meu país natal, localizado no continente europeu, construir é, principalmente, falar sobre casas. A primeira coisa que nossos ancestrais construíram foi uma casa, um lar, um abrigo, um lugar para morar. Lá, existe algo muito particular e característico no valor que damos às moradias. As pessoas não pertencem à família, pertencem à casa, e, às vezes, o nome do lar, que é popular e não oficial, é mais conhecido do que o próprio nome ou sobrenome da pessoa/família. Todos nós pertencemos a uma casa e chamamos as pessoas pelo nome de suas moradias. O fato mostra o papel que a moradia desempenha na sociedade andorrana: somos um país de casas e, como disse, o nosso primeiro compromisso como indústria foi a construção de habitações. É nesta perspectiva, de valores de tradição e persistência, que pretendo contribuir para a construção de um futuro sustentável para uma das empresas mais antigas da história da humanidade.