José Romeu Ferraz Neto, presidente da FIABCI-BRASIL, escreve sobre as perspectivas do mercado imobiliário para 2021. Apesar dos bons números do setor em 2020, o próximo ano traz incertezas sobre vendas e lançamentos.
Quais são as perspectivas para o setor imobiliário em 2021?
No caso do setor imobiliário, as maiores expectativas para 2021 estão atreladas à macroeconomia. Isso porque as dificuldades impostas pela pandemia tiveram de ser superadas pela inovação e pela tecnologia. Em muitos países, os canteiros de obras não foram fechados, pois considerou-se a atividade como essencial. O isolamento das pessoas, entretanto, afetou naturalmente a movimentação dos estandes de vendas, exigindo soluções criativas das empresas.
Assim, as vendas online, até então incipientes, passaram a “ganhar corpo” no mercado imobiliário. Para fomentar a venda de imóveis, empresas investiram em tecnologias de realidade virtual, promoveram atendimento online qualificado e facilitaram procedimentos burocráticos até então exigidos nas negociações físicas. Não há dúvidas sobre a continuidade deste modelo mesmo após o fim da pandemia.
O modelo virtual deverá permanecer no setor?
Em relação ao mercado imobiliário, a expectativa é que o setor deverá oferecer seus serviços de forma híbrida, conciliando o atendimento presencial e incorporando as tecnologias e facilidades que surgiram devido à Covid-19.
Quais são as considerações em relação ao Brasil?
No Brasil, o que se espera é que o aumento dos preços dos materiais de construção não venha a reduzir as vendas, pois este fato irá afetar, inevitavelmente, o valor de venda e, consequentemente, a sua velocidade. Esperamos que os fabricantes se sensibilizem deste momento tão delicado para retornar aos níveis suportáveis. Esperamos também que o governo, com agilidade, faça os ajustes necessários para que as importações pressionem os preços abusivos.
Depois de um ano sem precedentes, o que o setor imobiliário espera no Brasil e no mundo é por uma recuperação sustentada em diversos âmbitos: venda de imóveis (novos e usados), aluguéis residenciais e comerciais, lançamentos e incorporação de tecnologias que permitam ganhos de produtividade e eficiência.